domingo, 11 de maio de 2008

Poemas de Amor no Antigo Egipto


I
Vem depressa para junto do teu amor,
Como o mensageiro real obedecendo à
Impaciência do seu amo - quer dizer, se
se acreditar, num mensageiro real.
Vem depressa,
Tens toda a coudelaria à disposição,
A carruagem pronta.
Nem o mais impetuoso dos cavalos
- Quando a encontrares -
Se aproximará da velocidade do teu coração.
II
Traz o teu ímpeto
À casa da tua amada,
Tu que és o orgulho da coudelaria do rei,
Escolhido de entre uma centena de puros-sangues,
Treinado com ração especial,
Que partes em galope sem igual
à mera menção da palavra estribo,
Sem mesmo o treinador
(Que é hitita)
Poder segurar-te.
Como ele conhece bem o coração dela
A que há-de ficar sempre ao seu lado.
III
Vem como a gazela do deserto
Obrigada a ziguezaguear em nervosa pressa
Atravessando os trilhos e voltando
Com medo do ganido dos cães e do caçador;
E que finalmente se decide por uma veloz linha recta
Com um olho no lugar deixado.
Estás a salvo dentro da casa da amada
Beijando-lhe as mãos, fazendo-lhe
A sincera proclamação do teu amor,
Fazes tudo isto
Tudo isto no interior da grande e pré-concebida organização
Da deusa do oiro

22 comentários:

Lyra disse...

Adoro poesia antiga e quanto mais antiga mais gosto, porque mais pura é.

Adorei e deixo-te aqui uma partilha oriental relativa a poesia escita alguns anitos antes de Cristo. Espero que gostes!

<<"Quando penso em ti,
erguem-se pirilampos nos brejos
como as jóias da alma,
perdidas para o eterno anelo
abandonando o meu corpo"

- Izumi Shikibu -

Izumi Shikibu (970-1030 d.C. ) é uma das mais importantes figuras da Literatura Japonesa. Ela viveu no Kyoto e era dama de companhia oficial da imperatriz. Casou muito nova, mas escandalizou a corte quando abandonou o seu marido para se tornar amante de um dos filhos da imperatriz. Quando, uns anos depois, o príncipe morreu, ela teve uma série de amantes antes de se casar pela segunda vez.

Ela era uma rebelde social e determinada a viver intensamente a sua vida. E, tal como na sua vida pessoal, a poesia de Shikibu é um misto de eros e de um profundo conhecimento vindo da prática da meditação budista.

Aqui fica mais um lindissímo poema Tanka (poema em cinco linhas com 31 sílabas, distribuídas em 5-7-5-7-7) desta fantástica autora:

“Se esse que esperei
viesse ainda, o que faria?
Este jardim cheio de neve
é demasiado belo
para ser pisado agora.”>>

Beijinhos e até breve.

;O)

Alexandre disse...

Olá, Leonor,

estou em falta para consigo pois já devia ter comentado o seu blog - venho aqui várias vezes e desta não passa - é que o seu blog é mágico para mim, estive muitos anos fisicamente ligado a arquivos (trabalhei 10 anos no arquivo do jornal Expresso), e mesmo depois de ter mudado de secção, continuei ligado a arquivos, desta feita pelo lado emocional, e continuo ainda ligado! - é complicado de compreender, mas um dia explico!

Quanto ao post só prova que o AMOR é a base da evolução e o sentido principal da HUMANIDADE!

Muitos beijinhos!!!

Gi disse...

Desconhecia por completo esta belíssima poesia. Sabe bem vir aqui e partir um bocadinho mais rica.

Creio que já viste o Selo Arte y Amistad e a pequena árvore mas como o "regulamento" diz que tenho que vir ao blog avisar, aqui estou eu :)

Um beijinho

Carla disse...

confesso que tenho um fascínio especial pelo Egipto e por toda a sua história...logo este poema encanta-me
boa semana

Rui disse...

Poemas de amor do mundo.

São disse...

Para mim, que estou de malas aviadas para o Egipto, nada poderia ter sido mais grato...
Feliz semana, Leonor!

Paula Crespo disse...

O Egipto exerce em nós uma magia. E penso que já "no seu tempo" também! É interessante ver aqui representada esta comunhão com a natureza - que era uma linguagem que o Homem de então percebia. Naturalmente.
Bjs

Nilson Barcelli disse...

Vim parar ao seu blogue por mero acaso (cliquei no sítio errado e, por linhas tortas, cheguei ao sítio certo...).

Depois de olhar para este post, já não fui embora, como tencionava, e li por aí abaixo.
Gostei do que li. Tem um blogue agradável, como uma escrita cuidada (como eu gosto, ainda que me falte o engenho para tal...) e aborda uma diversidade de assuntos com muito interesse.
Parabéns, na minha modesta opinião tem um excelente blogue.

Um bom resto de semana.

Lyra disse...

Hoje estou muito bem disposta, por isso quero apenas partilhar esta emoção deixando aqui um grande beijinho. Quero desejar-te uma excelente semana e agradecer as palavras e amizade que tens depositado no meu...caos.

Até breve!

;O)

BlueVelvet disse...

Nunca me paasou pela cabeça que no Egipto se escreviam poemas de amor. Deve ser porque sou loira:))))
E escreviam lindíssimos como se prova.
Nunca venho a este blog que não aprenda.
Obrigada Leonor, e
Beijinhos com veludinhos azuis

Leonor disse...

Lyra

Gosto bastante de poesia e leio também poesia contemporânea. No entanto aqui no blog comecei no D. Dinis, passei para o da Aquitânia (não me lembro do nome agora, só para chatera) e agora dei este salto para o Egipto. Tens razão no que dizes: são de certa forma mais puros. Outra poesia que é muito interessante, e que tenho vindo a descobrir é a àrabe.

tenho verdadeiro fascínio pela cultura japonesa, mas não conhecia esta autora: obrigado pela partilha
beijos

Leonor disse...

Alexandre

Não precisa explicar, percebo perfeitamente as duas coisas, de resto: a falta de tempo ou disponibilidade para comentar nos blogs que se visita (acontece-me com mais frequ~encia do que queria, ultimamente) e o interesse pelos arquivos. Acho que só quem trabalha ou já trabalhou percebe.
Mas arquivos de jornais são uma área completamente estranha para mim, nunca conheci ninguém dessas àreas, embora em tempos tivesse já recorrido ao arquivo do DN. Estabelecendo o paralelismo com os arquivos das televisões, posso imaginar o grau de precisão que devem ter que ter para recuperar informação e o volume de trabalho...
mas tb se tem a vantagem de saber imensas coisas dos mais variados assuntos. (nunca percebo porque se pensa nos arquivos como sítios desinteressantes...)

Leonor disse...

Gi

já sabes que já vi, desculpa que ainda não resppndi oficialmente.
entre hoje e amanhã fica feto...~

beijinhos

Leonor disse...

Carla

De facto, a civilização egipcia é muito interessante e este poema é bem um exemplo do quanto o Egipto deixou ficar, para além da majestade das pirâmides e de todas as maravilhas que lá estão (e das muitas que voaram para vários museues do mundo)

obrigada pelo seu registo, volte sempre

Leonor disse...

Rui

Tu, que tens o dom da palavra (e eu invejo), consegues sintetizar muito bem.

boa semana

Leonor disse...

São

ah, nem sabe o que inveeeeeejo. Mas sim, tenho que concordar que o timing foi perfeito. Se tivessemos combinado, tinha acontecido qualquer coisa...

Espero que a viagem corra bem e que seja proveitosa

beijinho

Leonor disse...

Paula

Tens toda a razão, de certa forma é como disse a Lyra e no fundo, como eu sinto: a poesia antiga traz essa pureza inicial que depois se perde, claro.
A ligação deixa de ser feita, ou é-o de outra forma.
Aquele poema do Farei versos de puro nada, por exemplo e depois toda a poesia que se lhe segue exalta um estado que se perde (e tem de se perder, claro , a evolução dá no que dá)´. às vezes acho pena.

beijos

Leonor disse...

Nilson

Ainda bem que gostou, a minha casa está sempre aberta, e com a variedade de assuntos que uma pessoa como eu, que na verdade, me vou interessando por tudo (mesmo que depois não perceba metade daquilo sobre o qual peço esclarecimentos) tenta ter.
Saber olhar e ver efectivamente é uma virtude (acho eu).

volte sempre, boa semana

Leonor disse...

Lyra

obrigada pela partilha, mas já deves saber que é com muito gosto que vou lá ao teu caos...

beijinhos

Leonor disse...

Blue

agora deu para tentar uma carreira no humor???

ainda bem que gostou, beijinhos

Antunes Ferreira disse...

Escolho, com algum cuidado e muito desacerto, a Poesia. Prefiro, incondicionalmente, a Prosa. Por isso essa escolha e tal cuidado.

Se gosto - gosto. Deste poema gostei e muito. É bué fixe... Talvez pela época em que foi escrito e pelo primor com que foi escrito.

Parabéns, Leonor. Compartilho de muitas das opiniões aqui expressas: vir ao Registos é, não só reconfortante, mas gratificante. Descobre-se, como é o caso, aprende-se, visita-se com prazer.

Oxalá o mesmo se passasse com o meu travessadoferreira.blogspot.com. Infelizmente, não. É a vida...

Anónimo disse...

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