quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Bom dia João

Deste lado da cidade eu te saúdo. Enjoy the music

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

A insustentável leveza do Ter




A propósito disto , disto, mas também podia ser disto, disto ou ainda do dossier "Ganhar menos e viver melhor" do Courrier Internacional, do qual, se existe link, eu não encontro...

Vemos, ouvimos e lemos e podemos pensar sobre o assunto...

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Software Livre: links uteis

Sistema Operativo - Linux

Sistema Operativo – Linux – aplicação Caixa Mágica

Antivirus para Windows - Clamwin

Firewall, autenticação de website e mais - Comodo

Web browser e correio electrónico – Mozilla

Gestão de pesquisas/referências on line – Zotero

OpenOffice – versão portuguesa

Diagramas de fluxo – Dia

Gestão integrada de bibliotecas sobre Web – Koha

Gestão de bibliotecas digitais – Greenstone

Gestão de conteúdos/gestão documental – Alfresco

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

As profissões do livro


Na passada quinta feira, a Universidade Católica Portuguesa, no âmbito da sua pós graduação em edição de livros e novos suportes digitais, promoveu uma conferência, aberta ao público em geral, intitulada Booktrades studies in Europe, proferida por Michel Bruillon.


O professor Michel Bruillon é director do Pólo Métiers du Livre, da Universidade Paris X-Nanterre, sendo também coordenador da obra: Les professions du livre: edition, librairie, bibliothèque, com uma 2ª edição revista e aumentada em 2006.


Muito embora tenha, no início da conferência, abordado os problemas do livro, seus suportes e o mercado editorial, de uma forma geral, Michel Bruillon dedicou o seu tempo a reflectir sobre os actores do livro: os editores, livreiros e bibliotecários e sobre a necessidade de uma formação conjunta para estas profissões à volta do livro, como forma de compreensão global de uma mesma realidade.


Esta formação, dada no Pólo a que preside, conjuga assim os aspectos ligados desde a criação do livro, à sua distribuição, venda e disponibilização nas bibliotecas, permitindo uma passagem teórica e prática (dado que existem vários estágios ao longo do curso) pelas várias fases por que passa um livro.


Curiosamente, tirando quem me acompanhava, não vi mais nenhum bibliotecário na sala… é pena.

Não se joga aos dados com os Dados Pessoais



No Dia Europeu da Protecção de Dados, a CNPD apresenta publicamente o seu Projecto Dadus.


Este projecto, desenvolvido para sensibilizar alunos do 2º e 3º ciclos do ensino básico para questões tão importantes como a protecção dos dados pessoais enquanto se utiliza a internet, foi desenvolvido no âmbito de um protocolo assinado com o Ministério da Educação em 2007.
Será assim lançado já no fim do mês nas escolas públicas do continente, sendo intenção da CNPD alargar o projecto às Regiões Autónomas.
Para além disso, a CNPD disponibiliza ainda um Blog do Dadus. Um espaço que se pretende de comentários, ideias, links para fichas e passatempos.
Uma boa ideia, a divulgar pelos pais aos filhos

domingo, 27 de janeiro de 2008

Guerra e Paz

A euro-deputada Ana Gomes considera que a UE deve gastar melhor no Iraque, nomeadamente em formação, como notícia o Expresso.
No Afeganistão, seis anos após a derrota dos Talibans, um estudante de 23 anos é condenado à morte por blasfémia, conforme notícia Miguel Portas, no seu Sol de Esquerda.
Alguém viu por aí o filme Censurado de Brian de Palma?

Elsa de Queirós

... ou a vida difícil dos livreiros...
parece que pedidos de livros de Elsa de Queirós, a Cavalaria da Dinamarca de Sophia de Mello Breyner, ou o Ensaio da Severa do Saramago, não são motivos de espantar entre livreiros...
Jaime Bulhosa, da Pó dos Livros, confrontado com um pedido de uma cliente, licenciada, do livro Viagens na minha terra, de Eça de Queirós, remeteu-a para a Byblos, livraria que prometeu ter tudo...
E Pedro Vieira, da Byblos, se eventualmente confrontado com esse pedido, que teria respondido?
Eu, pessoalmente, pagaria para saber...

sábado, 26 de janeiro de 2008

A História da Sua Vida

Tenho colado na porta do meu gabinete as

Perguntas de um Operário Letrado

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas

do Bertold Brecht, que aprecio. Uma vez, em conversa com uma colega, sugeri, aliás, que o deveriamos ter em linha de conta quando tomássemos decisões no que diz respeito à avaliação de documentos.
Vem isto a propósito de um pequeno comentário que José Pacheco Pereira fez esta semana na Revista Sábado (obrigado Mena), intitulado Milhares de Histórias de Vida.
Parece que, no âmbito do programa Novas Oportunidades, as pessoas são convidadas a escrever a História da Sua Vida, o que faz com que, dada a elevada taxa de adesão a este programa, o Estado pudesse ficar detentor de um manancial de informação riquissimo de informações pessoais com óbvio interesse para o estudo desta época. Naturalmente teria de ser estudada a melhor forma de o fazer, mas perder esta fonte, que decorre da própria natureza deste programa, será um não aproveitar de uma oportunidade que não surge assim de um dia para o outro.
E onde arquivar toda esta documentação? Talvez no Arquivo de História Social?

"Cócó" no traço de Raphael Bordallo Pinheiro

1º Acto - O "Cócó"

Rosa Araújo, o "Cócó", nasce a 17 de Novembro de 1840 e morre a 26 de Janeiro de 1893.

Confeiteiro, burgês, capitalista, vereador, presidente da Câmara Minicipal de Lisboa, par do Reino, tendo por vezes recusado o título de visconde.

Filho de Manuel José da SIlva Araújo, dono da Confeitaria Portuguesa, na Rua de S. Nicolau, célebre à época pelos seus pastéis de ovo de folhado muito fino, mais conhecidos por pastéis do cócó, esta designação passou também para os referidos pastéis. Herdou-a também o seu filho, numa época em que já era um político influente.

Rosa Araújo, membro do Partido Regenerador, integrou a lista para as eleições municipais de 1981, tendo sido eleito. A sua intervenção na Câmara Municipal de Lisboa vai prolongar-se por dezoito anos.

Desse longo período, onde naturalmente teve a seu cargo inúmeros projectos, destaca-se a longa polémica de encerramento do Passeio Público, para abertura da Avenida.

2º Acto - Raphael Bordallo Pinheiro ou a arte de caricaturar

Rosa Araújo era, convenhamos, uma figura que se prestava à caricatura: a figura, o nome (Rosa), sobretudo a alcunha "Cócó". Dificilmente escaparia à mestria de Bordalo Pinheiro, como de facto não escapou.

Nas Revistas O António Maria e Pontos nos is, onde foi publicando as suas caricaturas, podemos encontrar inumeras referências:

- á sua alcunha: "Cócó às soltas", "sr. Cócó", "Cócós e bourbons", "Cócó o génio da destruição", "D. Cócó", "Cócó é conserveiro";

- às suas funções: "O Cócó municipal"


Tendo sido motivo de chiste e troça, Rosa Araújo não deixa, contudo, de ser uma figura simpática a Rafael, escondendo pelo riso e pela gargalhada, o desencanto e a angústia do final do século.

3º Acto - Cócó no traço de Raphael Bordallo Pinheiro

Foi também uma exposição realizada no Gabinete de Estudos Olisiponenses de 26 de Janeiro a 26 de Fevereiro de 1993, comissariada por Eunice Relvas e Pedro Bebiano Braga, de cujo catálogo retirei as imagens e beneficiei dos textos. O seu a seu dono.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Open Archives : novas referências

Já depois da publicação do primeiro post, o Pedro Almeida, da Metatheke-Software Lda informou-me de um site agregador de registos OAI, chamado OAISTER , que tem neste momento cerca de 14 milhões de resgistos pesquisáveis.
Os links para os repositórios individuais estão na secção "View Data Contributors"
Aqui fica a notícia para quem estiver interessado

Capturar o vento



um pequeno nada dedicado à minha amiga Gi (não sei porquê não consigo por o link, mas encontram-no aqui à esquerda)

Open Archives : o que é?

Na era da globalização, da internet e partilha de recursos, em que a comunidade científica se deparava com:
  1. assinaturas de publicações periódicas com custos elevados
  2. pesquisas dificultadas
  3. exclusão científica

É criado, em Santa Fé, em 1999, a OPEN ARCHIVE INICIATIVE (OAI) : "the goal of the OAI is to contribute in a concrete manner to the transformation of scholarly communication".

Oa princípios dos OA são:

  • Autopublicação
  • armazenamento a longo prazo
  • normas de preservação de objectos a longo prazo
  • padrões e protocolos com vista a soluções de interoperabilidade entre as bibliotecas digitais
  • uso de software open source

Para saber alguns títulos disponíveis em OA (e há muitos) ver aqui

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Indústria do Tabaco preocupada com a má imagem dos livros...

... ou de como os deuses devem estar loucos ...



Ver mais em Zero de Conduta

domingo, 20 de janeiro de 2008

Estou chim ?



Entusiasmada pela crítica da Paula Crespo, desloquei-me hoje ao cinema Monumental para ver o filme Expiação, que recomendo.


Para meu grande espanto, estava o filme a começar e as pessoas a calarem-se, quando se ouve uma senhora a falar ao telemóvel !!!, que aliás foi rapidamente silenciada por um vigoroso Silêncio.
Já ninguém considera má educação, ou sequer se espanta quando se atendem telemóveis em reuniões. Há cerca de duas semanas, no Teatro Camões, em pleno Lago dos Cisnes, uma senhora a meu lado lia, afanosamente, as suas mensagens.
De onde nos vem esta (recente e imperiosa) necessidade de estarmos sempre contactáveis?

sábado, 19 de janeiro de 2008

Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?

Deixando por agora a primeira e terceira interrogação, dediquemo-nos à segunda.

Se podemos hoje, através do Projecto Your Genetic Journey, conhecer a nossa "linhagem" por milhares de anos, numa perspectiva mais pessoal, bastar-nos-à, talvez, saber quem eram os nossos avós e, antes deles, os seus avós.
Jorge Luís Borges, escritor que muito admiro, e com quem partilho o apelido, certamente terá alguma vez pensado sobre os seus no poema:
Os Borges
Nada ou bem pouco sei dos meus maiores
Portugueses, os Borges: vaga gente
Cumprindo em minha carne, obscuramente,
Seus hábitos, rigores e temores.
Ténues como se não tivessem sido
E alheios aos trâmites da arte,
Indecifravelmente fazem parte
Do tempo e da terra e do olvido.
Melhor assim. Cumprida a sua ideia,
São Portugal, são a famosa gente
Que forçou as muralhas do Oriente
E o mar se deu e ao outro mar de areia.
São o rei que no místico deserto
Se perdeu e o que jura estar desperto.

Não tendo a arte do escritor, resta ao comum dos mortais procurar saber realmente o nome dos seus avós. Não chega, no entanto, afirmar que descendemos de El Rei D. Sebastião. Convém prová-lo. Documentalmente.

Fazer genealogia implica tempo, paciência, gosto, técnica, conhecer as fontes, saber onde se dirigir.

Há informação disponível on-line, naturalmente. O Instituto Português de Heráldica e a Associação Portuguesa de Genealogia são duas instituições que se dedicam ao seu estudo e a quem se podem dirigir em caso de dúvidas.
No próximo dia 13 de Fevereiro, aliás, dar-se-à início a mais um Curso de Introdução à Genealogia e Heráldica, organizado pelo Instituto Português de Heráldica, no Museu do Carmo.
Mas não pensemos, contudo, que as fontes genealógicas só têm interesse para os directamente envolvidos. Recentemente comemorámos os 200 anos da Guerra Peninsular. Entre os estudos vindos a lume, poderiamos ter encontrado um que analisasse e publicasse os registos de óbito de cidadãos anónimos (excepto para os seus descendentes, naturalmente), onde o padre tivesse registado na causa do óbito "morto pelos franceses" com mais ou menos informação.
Á memória de meu Pai. Em homenagem à minha Família. As nossas férias grandes, tantas vezes passadas na rota dos arquivos distritais, contribuiram para que eu seja quem hoje sou.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

And now for something completely different


São Luiz

EVIL MACHINES : uma fantasia musical de Terry Jones e Luís Tinoco em estreia mundial


hoje. para mim



Com grande expetactiva, fui ver ao São Luiz, ansiosa por ver esta peça:

em boa hora o fiz.

Com música original de Luís Tinoco, história de Terry Jones e Anna Soderstrom, libreto e encenação de Terry Jones, direcção músical de Cesário Costa, figurinos de Vin Burnham, cenografia de Hernâni Saúde e coreografia de Paulo Ribeiro, com excelentes interpretações e a Orquestra Metropolitana de Lisboa, foram duas horas de uma fantástica fantasia musical.

A história desenvolve-se à volta de uma revolta das máquinas, jáque as pessoas deixaram de ter tempo para elas, e nem sequer as mandam arranjar, deitando-as fora mal saia a sua próxima versão. Há inclusivé suspeitas que os humanos até as constroem já com defeitos para durarem pouco. Assim, as evil machines planeiam matar as pessoas e ficar a mandar no mundo.

Logo se desenvolvem facções, já que algumas máquinas acham que sem pessoas não servem para nada, tentando assim avisar alguém dos planos das evil machines.

Com casais tão improváveis como o Despertador e a Batedeira, Nancy e a Vespa Lester e a Senhora Morris, o Inventor (seu marido) e o Robot (cópia do Inventor), os planos não chegam a ser concretizados, mercê da ligação homem/máquina e, sobretudo do amor.

Resta-me aqui deixar a canção de amor do Despertador:

The Alarm Clock's love Song

Oh that litle egg whisk!

She's got me all mixed up

She churns me over,

turns me over

stirs me, blurs me,

Sends me, blens me,

I'm just a yolk to her! My soul

Is mayo in her mixing bowl!

From her slender handle

To her full round beater

She's the one wholight's my candle

She's my scrambler!

I could eat her!

Oh! Egg Whisk! If you ever hear my plea

Give up the Magi-Mix and marry me!

Convenhamos que será difícil de igualar!!! E Paulo, estás verde de inveja :)))

Eu, arquivista, me confesso

que às vezes gostava de ser bibliotecária :)))

ler livros e ainda ser paga para o fazer não é bem a minha noção de paraíso mas está lá perto.
claro que o ponto espaço traço e o dólar para cá e para lá da catalogação não têm tanta graça (mas eu sei !!!), mas uma indexaçãozinha, venha ela... até porque sempre fui e continuo a ser defensora da sua utilização nos arquivos. E por outro lado, o que pode ser mais fascinante que organizar a informação/conhecimento?
Os catálogos de autoridades tb me atraiem francamente, e aguardo ansiosamente pela vinda das FRBR, as quais nos virão linkar com as ISAAR (CPF). Aí, curiosamente, tornar-se-ão a esbater os muros que nos separam?

E porque será que as FRBR me fazem lembrar vagamente as pinakoi de Calímaco, bibliotecário de Alexandria?

PS - a classificação fica para outro dia

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Software Livre: novas oportunidades para arquivos e bibliotecas?

O software livre (ou open software, open source), traz, como se sabe, quatro grandes vantagens:

  1. a liberdade de executar o software, para qualquer uso;
  2. a possibilidade de estudar o funcionamento de um programa e adaptá-lo às suas necessidades:
  3. a liberdade de distribuir cópias
  4. a possibilidade de proceder a alterações que beneficiem o programa, podendo as mesmas serem tornadas públicas, facultando-as assim a toda a comunidade de utilizadores

Numa era globalizada e em rede o software livre surge com o projecto GNU lançado por Richard M. Stallman, depois de, em 1984, ter surgido a "Free Software Foundation".

Naturalmente os serviços de gestão de informação não poderiam ficar alheios a tal questão.

Que ferramentas se encontram disponíveis em Portugal?

- Sistema de Gestão e Administração de Bibliotecas

Koha - http://www.koha.org/

Programa desenvolvido na Nova Zelândia, utilizado por diversas bibliotecas do mundo. Veja aqui a apresentação feita pelo Instituto de Informática do Ministério das Finanças.

- Sistema de Gestão de Documentos/Arquivos

ALFRESCO - http://www.alfresco.com/

Programa que gere a criação, armazenamento e recuperação de documentos. Veja aqui uma pequena descrição e aqui o projecto da IGAC para a sua implementação.

A Associação de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (BAD) vai realizar um curso sobre o assunto, dado pelo Eng. Rafael António.

Sugestão de leitura:

Open access in context: a user study / David Nicholas, Paul Huntington and Hamid R. Jamali

in Journal of Documentation, Vol. 63, N. 6, 2007

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

No tempo em que os reis escreviam


e viam os documentos que mandavam escrever
"el Rey a uyo"
D. Dinis
1313
ANTT, Gaveta 3, m.2, doc. 15

No tempo em que os reis escreviam

- Dizede por Deus amigo:
tamanho bem me queredes
como vós a mi me dizedes?
- Si senhor, e mais vos digo:
nom cuido que hoj'home quer
tam gram bem no mund'a molher

- Nom creo que tamanho bem
mi vós podéssedes querer
camanh'a mi ides dizer.
- Si senhor, e mais vos digo:
nom cuido que hoj'home quer
tam gram bem no mund'a molher


- Amigu'eu nom vos creerei,
fé que dev'a a Nostro Senhor,
que m'havedes tam grand'amor!
- Si senhor, e mais vos digo:
nom cuido que hoj'home quer
tam gram bem no mund'a molher


(B 577 v 180)

Cancioneiro de D. Dinis

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Os Arquivos e a Pegada Ecológica: a desmaterialização de processos

fechar a torneira quando lavamos os dentes, separar o lixo, substituir as lâmpadas de casa para as de baixo consumo... enfim, tudo coisas que podemos fazer para contribuir para melhorar o ambiente.
E os Arquivos e as administrações, podem contribuir para uma alteração da prática ambiental? Podem ! A desmaterialização de processos tão em voga nas nossas administrações é uma forma de aliar as tic a objectivos ambientalistas, substituindo os escritórios e "depósitos" de papel por documentos electrónicos inseridos num sistema de gestão documental em ambiente virtual.
Portugal, como não poderia deixar de ser, tem também evoluido para essa prática, apresentando já inúmeros projectos de desmaterialização de processos; veja-se, por exemplo o dos Tribunais:
- o SITAF - Sistema de Informação dos Tribunais Administrativos e Fiscais
Outro caso certamente com impacto na nossa administração pública é o da futura desmaterialização do processo legislativo, tendo ainda hoje, em cerimónia pública, sido dado um "mergulho nesse sentido" com a entrega da autenticação da assinatura electrónica do Presidente da Assembleia da República.
Enfim, menos papeis, melhor gestão documental, melhor ambiente
Sugestões de Leitura:
Sociedade da Informação: O percurso português. Dez anos de Sociedade da Informação. Análises e Perspectivas / coord. Jorge Dias Coelho. - Lisboa, Sílabo, 2007
A Europa na era global / Anthony Giddens. - Lisboa, Ed. Presença, 2007

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Como se vestem os Livros







Objectos de leitura, como se vestem os livros para nós os lermos?


Hoje deixo aqui um exemplar de 870 que se vestiu de ouro e pedras preciosas: trata-se do Código de St. Emeran

Eu, não fumadora, me confesso


Ano Novo, Vida Nova e... Lei Nova

Não, à partida não era coisa que me incomodasse ou me fizesse pensar muito, até porque, como digo, não sou nem nunca fui fumadora.

Assim, li as crónicas nos jornais, vi as reportagens nas televisões, bisbilhotei blogs, e ouvi comentários de amigos e, passados alguns dias, posso afirmar com algum grau de certeza que:

  1. até 31 de Dezembro de 2007 vivi comcerteza noutro planeta, quiçá em Marte. Apesar de ter resistido a quatro irmãos fumadores, a um pai ocasional fumador de cachimbo (e o que eu gostava do cheiro, meu Deus), e ainda mais ocasional fumador de cigarrilhas, a igual dose de amigos fumadores e não fumadores, bem como a colegas de trabalho, não eu nunca senti que vivia dominado pelos fumadores num ambiente nebuloso onde não se respirava outra coisa que não o tabaco. Nunca me senti obrigada a fumar os cigarros dos outros. Nunca estive numa situação em que não podesse resolver pacificamente uma situação de eventual conflito de interesses fumador / não fumador. Até porque a única situação em que o tabaco me incomoda é ao pequeno almoço e aí ou me afastava ou pedia para deitarem o fumo para outro lado. Lá está, naqueles cafés que parece agora mais ninguém ter conhecido. A única situação aonde não havia nada a fazer era de facto nos bares e discotecas, onde o cheiro se entranhava na roupa, não tanto me incomodando pelo fumo em si.
  2. A partir de 1 de Janeiro de 2008 descubro porém que continuo no mesmo planeta. Ou então estou na twilight zone. Sim, porque não dei porque o ambiente estivesse de repente purificado, porventura até algo campestre. A imagem da turista a dizer que assim se respirava o belo ar de Portugal no aeroporto da Portela fez-me duvidar das minhas capacidades de julgamento, uma vez que ninguém comentou comigo tal episódio do telejornal.
  3. Continuando a ter os mesmos amigos, digamos que a minha vida não mudou por aí além. Ou antes, mudou num aspecto: nunca frequentei tantas esplanadas no inverno. Sim, porque já que a DGS, através da sua Circular informativa nº 46/DIR/27/12/2007 (Cortesia da Escrita Privada) considera que nem por uma porta os fumadores podem estar separados dos não fumadores (pode abrir-se e passar fumo) e como não tenciono jantar sózinha, das duas uma: ou escolhemos restaurantes fumadores ou vamos a esplanadas, a mim é-me igual (não há nenhuma nuvem de fumo em nenhum deles)
  4. Mas sobretudo, o que verdadeiramente mudou foi a agora existência de grupos de cidadãos a fumar à porta dos seus locais de trabalho, de centros comerciais, you name it, ao frio e ao vento. Ao principio nem percebi o que era. Depois algumas reportagens de pessoas a esconderem-se porque pelos vistos não estavam autorizadas a interromper o seu horário de trabalho vieram elucidar-me. E essa visão incomoda-me.
  5. Nós os não fumadores ganhamos sem dúvida direitos, há pessoas mais sensíveis que outras ao fumo do tabaco.
  6. E os fumadores? Ganham-se realmente direitos quando os mesmos são conquistados à custa dos direitos dos outros?

Por isso resolvi decretar que neste blog Se Pode Fumar.

The Book which reads itself, Nicola Dale, 2007



via Bibliotecário de Babel

domingo, 13 de janeiro de 2008

Máximas



"Legisladores ou revolucionários que prometam simultaneamente a igualdade e a liberdade, das duas uma, ou são charlatães ou sonhadores"


Goethe

Olhares Cruzados sobre Arte e Islão


Visitei esta semana a exposição Olhares Cruzados sobre Arte e Islão, patente na Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, comissariada cientificamente por Inês Fialho Brandão.

Exposta em três salas, percorre os seguintes temas:
- o tempo e o espaço,
- figura humana,
- islâmico ou muçulmano

Aí, para além dos normais textos introdutórios e das peças e suas legendas, desenvolvem-se os tais “olhares cruzados”, sendo a exposição/peças comentada em pequenos textos por

- Cláudio Torres (director do Campo Arqueológico de Mértola),
- David Munir (Íman da Mesquita de Lisboa),
- Rui Santos (historiador) e
- Inês Fialho Brandão (historiadora de arte)
Tentando responder à questão: O que é a arte islâmica?

Essa reflexão cruzada, a par da riqueza das peças expostas, é precisamente a mais valia desta exposição, que, não dando respostas, levanta questões muito interessantes.

Saimos assim da exposição não só com nova informação, mas também com alguma matéria de reflexão.

Vale a pena ver

sábado, 12 de janeiro de 2008

O Ataque à Razão


No novo livro do Al Gore, o Ataque à Razão, publicado por cá pela Esfera do Caos, existe um capítulo (o 5), dedicado ao ataque ao Indivíduo.
Mencionando alguns exemplos de invasão da vida privada dos cidadãos, percorre algumas situações onde isso é visível, com a aplicação do Patriot Act. Se alguns dos exemplos são fáceis de entender e visíveis nos arquivos, já outros são claros exemplos de cerceamento da liberdade individual, informando de um caso que nunca tinha ouvido:
o FBI podia ir a qualquer biblioteca solicitar uma lista das pessoas e livros que estavam a ler, bastando para isso afirmar que tal medida era necessária para uma investigação de segurança, obrigando ainda os bibliotecários a guardar silêncio de tais pedidos, sob pena de prisão (p. 162), situação essa relatada por bibliotecários norte americanos.


Vem isto a propósito de reflexões que venho fazendo sobre protecção da vida privada nesta era globalizada e onde o combate ao terrorismo se sobrepõe, por vezes, aos direitos individuais.

Conseguimos, por exemplo, contar o número de vezes que somos filmados por dia e saber por quem, quanto tempo são guardadas essas imagens e com que fins? só para dar um exemplo, claro...

Nasci !!!!

Finalmente e depois meia hora de impaciência do meu irmão, lá consegui publicar o meu primeiro post (espero).
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