Domingo, dia sagrado
A não sei que aspiração
De ter o corpo lavado
desta nossa condição...
Tudo a rezar pela alma
Que não tem nem pode ter...
Tudo a pedir uma calma
Que era um crime conhecer.
Parece a roda da lua
Com vontade de rodar
Na quimera de uma rua
Onde às vezes faz luar.
Miguel Torga
3 comentários:
Espanta-me sempre como Miguel Torga conseguia fazer poemas tão espectaculares, com palavras tão simples... ;)
Beijoca e boa semana para ti, Leonor!
Tive o privilégio de conhecer (também) Torga. Algumas vezes com ele conversei, se bem que ele não fosse muito aberto. Mas, a dada altura, creio que me entendeu, aceitou a minha maneira de ser - e então trocámos ideias e palavras que nunca mais vou esquecer. Em sua casa e no consultório ali à Ferreira Borges, quase chegado ao Largo da Portagem. É que já vou a caminho dos 68...
Sou um admirador do NOSSO Miguel Torga. Pensei que um dia seria Nobel. Não foi. Uma enorme pena. E pronto. Ponto
Muito bem escolhida a poesia, Leonor.
Mas Torga, na minha modesta visão, era excessivamente ligado à terra (contra mim escrevo) para conseguir o Nobel.
Um forte abraço
Enviar um comentário