sábado, 12 de janeiro de 2008

O Ataque à Razão


No novo livro do Al Gore, o Ataque à Razão, publicado por cá pela Esfera do Caos, existe um capítulo (o 5), dedicado ao ataque ao Indivíduo.
Mencionando alguns exemplos de invasão da vida privada dos cidadãos, percorre algumas situações onde isso é visível, com a aplicação do Patriot Act. Se alguns dos exemplos são fáceis de entender e visíveis nos arquivos, já outros são claros exemplos de cerceamento da liberdade individual, informando de um caso que nunca tinha ouvido:
o FBI podia ir a qualquer biblioteca solicitar uma lista das pessoas e livros que estavam a ler, bastando para isso afirmar que tal medida era necessária para uma investigação de segurança, obrigando ainda os bibliotecários a guardar silêncio de tais pedidos, sob pena de prisão (p. 162), situação essa relatada por bibliotecários norte americanos.


Vem isto a propósito de reflexões que venho fazendo sobre protecção da vida privada nesta era globalizada e onde o combate ao terrorismo se sobrepõe, por vezes, aos direitos individuais.

Conseguimos, por exemplo, contar o número de vezes que somos filmados por dia e saber por quem, quanto tempo são guardadas essas imagens e com que fins? só para dar um exemplo, claro...

4 comentários:

Eridanus disse...

... e o mesmo vale para aqui, blogosfera: faça-se um pesquisa no google, usando como palavra chave o termo "carnivore" (designação para um agente de conhecimento, vulgo, programa, cujo alojamento o FBI impõe aos fornecedores de serviços de internet que queiram aceder ao esqueleto (backbone) da coisa, situado fisicamente nos EUA, por outras palavras, que queiram ter alguma coisa para vender aos utilizadores comuns...
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pois é... carnivore... diz que é uma espécie de big brother...
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Leonor disse...

bom essa nunca tinha ouvido eridanus...
é engraçado como às vezes as pessoas não pensam que têm que lidar directamente com questões destas. Este ano nas aulas, tentava fazer passar esta problemática aos alunos e nas coisas mais variadas: inscrição de leitores nas bibliotecas ou arquivos, cujas bases de dados têm que estar registadas na Comissão Nacional de Protecção de Dados Pessoais, videovigilância em condomínios, nos transportes públicos, nos centros comerciais, etc. E sobretudo, quem capta ou regista o quê, com que fim, quem controla, quanto tempo se mantêm estes dados nos arquivos, etc.
A má utilização, mesmo não intencional (veja-se o Governo Britânico a perder milhares de dados pessoais de cidadãos ingleses) é, ou caindo nas mãos erradas, pode ser dramática).
beijinhos

Marco Oliveira disse...

Este livro está na minha lista de compras! Assim que passar a ressaca das compras de Natal!
:-)

Leonor disse...

Olá Marco, bem vindo

compra, vale a pena. eu tb estou de "ressaca de natal" apesar de conscienciosamente fazer as minhas compras ao longo do ano e, normalmente lá por novembro já cá as tenho todas. assim, em dezembro, entretenho-me a ver o stress dos outros com as filas nos centros comerciais o ai que me esqueci daquele, etc, etc.
não deixo contudo de depois querer acrescentar pequenas coisas, vou-me animando, troco algumas coisas e o efeito de já ter tudo tratado perde-se todo...