quinta-feira, 18 de junho de 2009

Desencontros

***
As formas, as sombras, a luz que descobre a noite
e um pequeno pássaro
*
e depois longo tempo eu te perdi de vista
meus braços são dois espaços enormes
os meus olhos são duas garrafas de vento
*
e depois eu te conheço de novo numa rua isolada
minhas pernas são duas àrvores floridas
os meus dedos uma plantação de sargaços
*
a tua figura era ao que me lembro
da cor do jardim.
***
António Maria Lisboa

2 comentários:

Francisco disse...

Olá Leonor
Muito bem escolhido e muito importante este poema de António Maria Lisboa.
É, de facto, necessário ter uma visão larga para chegar até esse elevado grau, comparando até com Garcia Lorca (las cinco de la tarde ou llanto por Ignacio Sanchez Mejías)
Um abraço
Francisco

o que me vier à real gana disse...

Olá, boa tarde!

Excelente!