segunda-feira, 3 de março de 2008

As Casas da Alma



As maquetas arquitectónicas da Antiguidade, peças de terra que acompanhavam a alma do morto, ao seu destino, representavam uma ou um conjunto de casas (As Casas da Alma).

Transpunha-se assim para a vida depois da morte, o mesmo conceito de organização da vida: casa dos vivos / casa dos mortos. Quem diz casa diz cidade e os nossos cemitérios, actuais cidades dos mortos, estão aí para nos lembrar que o tempo passou, mas a forma de organização não tanto.

Tendo-se desenvolvido entre 5.500 ac até 300 dc, percorrendo o Egipto, Mesopotâmia, Grécia e Roma, aqui vos deixo algumas dessas Casas, que há tanto tempo foram concebidas para albergar uma Alma.




Não encontrei muita informação disponível sobre este assunto, ou não soube procurar. Aqui vos deixo, no entanto, dois links.


As imagens foram retiradas do catálogo da exposição realizada no
Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona em 1997, se não estou em erro. Uma exposição belissima, diga-se em abono da verdade., que tive o prazer de ver.

8 comentários:

Alberto Oliveira disse...

... "cidades" onde todos acabaremos por ir "residir" definitivamente.

Nota: O cemitério do Alto de São João em Lisboa, é uma "cidade" dentro de outra cidade. Assisti ao seu "desenvolvimento" e hoje -por pouco, quase que tocava o Tejo.

Leonor disse...

sem dúvida legível, embora considere estas casas um conceito mais interessante. Outros tempos outras mentalidades, claro.

O Alto de São João é um bom exemplo pelo tamanho, o dos Prazeres pela arquitectura e isto falando só dos de Lisboa. Falha-me agora a memória de um do Norte (Vila Real?) com textos do Camilo, se não estou em erro.
E os tornados míticos, objecto de visita obrigatória como o Pére lachaise...

enfim, há de tudo um pouco, tal como a nossa diversidade. É interessante, no entanto, ver como se alteram de cultura para cultura

Outonodesconhecido disse...

Não sabia mesmo. obrigada!
Os cemitérios como o do Alto de S. João, são acima de tudo uma questão social.> Sabias que nas campas mia santigas dizia " Aqui jaz a X esposa do sr. fulano tal" nem na morte a esposa adquiria a sua identidade.

Leonor disse...

Outono

não, nunca tinha reparado nesse pormenor, para ser franca. Mas realmente é mesmo transpor para a cidade dos mortos a nossa cidade dos vivos, não é?

só concebemos o que se passa a seguir à imagem do se passa aqui

beijinho, boa semana

Oliver Pickwick disse...

Excelente postagem, querida amiga! É impressionante os reflexos dos costumes e da cultura ao longo do tempo.
Beijos!

Leonor disse...

é mesmo caro Oliver, às vezes em sítios onde não estavamos à espera...

Gi disse...

Já me perdi por aqui. É o que dá estar tanto tempo ausente e querer pôr a leitura em dia (vamos lá vers e é hoje) se passar nos outros o tempo que aqui passei nem daqui a 3 dias estou despachada.

Bem merecidos os p´remios que a Blue Velvet te deu.

Um beijinho especial neste Dia da Mulher. Por esse Mundo fora ainda há muito quem precise que Ela seja lembrada. Que seja tratada como gente!

Leonor disse...

Olá Gi

é sempre um prazer ver-te por cá, tu cujos blogs são um verdadeiro "plaisirs des yeux" como me diziam em Marrocos...

e de paz de espírito também...

beijinhos também para ti