sábado, 31 de janeiro de 2009

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Escapadelas (sem crimes)


E como esta semana não tive tempo nenhum para escrever e muito menos ler aqui na blogosfera, pelo menos hoje tiro a barriga de misérias (da escrita).
Ao mesmo tempo, e como quem não quer a coisa, vou-me escapando destes ofícios diários para uma perspectiva mais interessante: venha o fim de semana:))

Índias




Em 1961, Alberto Moravia faz uma viagem pela Índia, acompanhado pela sua mulher Elsa Morante e Pier Paolo Pasolini.
Como, felizmente, não somos todos iguais, os registos escritos por Moravia e Pasolini após essa viagem não podiam ser mais diferentes.
Alberto Moravia, não relatando a viagem, dedica-se a analisar a cultura indiana, bem como o seu povo. Já Pasolini, que vai contando pormenores da mesma, está mais preocupado em relatar o que viu e sentiu.
Dois registos sobre o mesmo país, vivido e escrito de maneira diferente. Mas muito interessantes para ler um após outro.
Então tenham boas leituras:))

Guerras


Tal como na Europa no final da última guerra, e na Ásia Menor após a derrota da Grécia pelos turcos de Kemal, a criação do Paquistão foi acompanhada de trocas de populações, cruel eufemismo que traduz a completa ruína de milhões de pessoas e a sua súbita transformação de cidadãos activos e radicados em miseráveis vagabundos. Era preciso separar o que estava unido e misturado havia séculos, arrancar populações inteiras aos seus lugares tradicionais e substituí-las por outras. Estas trocas deram azo a massacres de parte a parte (..)


Infelizmente estas palavras de Alberto Moravia continuam muito actuais…, mas como na vida nada é a preto e branco, já viram a Valsa com Bashir?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Lilliput

Alguns seres vivos nesta terra têm sorte… como este sleepy kitten, por exemplo, que não tem certamente que pensar na crise…



Não é que eu ande a pensar muito na dita, mas os meus dias parecem saídos de Lilliput: são pequenos !!!!!!!!!! (e eu com tanta coisa para fazer)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Aniversários

A Motown fez, no passado dia 12, 50 anos de existência.
Como aqui o Registos anda um bocado atrasado - mas não esquecido - só hoje apresento uma recolha de alguns videos de artistas da Motown. Apesar do atraso, foi com todo o gosto que "revi e ouvi" estas músicas, algumas das quais já não ouvia há algum tempo. (mas ainda sei as letras de cor...)
Ora aqui ficam:
Martha and the Vandellas – Dancing in the street



Marvin Gaye – I heard it through the grapevine



The Temptations – Papa was a rolling stone



The Temptations – My Girl



Smokey Robinson & The Miracles – The tracks of my tears



The Jackson 5 – I want you back



The Four Tops – I can’t help myself (Sugar Pie Honey Bunch)



The Supremes – Stop in the name of love



Stevie Wonder – Superstition
Mas, ao rever, não me impedi de pensar a) como é que o Michael Jackson se mudou tanto, e b) a força de algumas destas músicas, que perduram e são novamente tocadas em versões actualizadas - só para ver a mais óbvia - Dancing in the Streets...
Ora espero que gostem desde reviver o passado! Tenham um bom fim de semana

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Patrimónios


Que o nosso país tem um extenso património, todos nós sabemos. Já se está todo inventariado, ou bem conservado, não o podemos, infelizmente, dizer.

Mas a tarefa de registo desse imenso património pode agora estar ao alcance de qualquer um, de acordo com as normativas internacionais e susceptível de integrar um registo oficial.

Estou a falar da Colecção Kits Património, disponibilizada pelo IHRU e IGESPAR, e da qual se pode fazer o download dos três primeiros volumes:
Kit 01 - Património Arquitectónico - Geral (1,29 MB - 119 páginas)
Kit 02 - Património Arquitectónico - Habitação Multifamiliar do Séc. XX (723,35 KB - 76 páginas)
Kit 03 - Património Industrial (782,02 KB - 61 páginas)

Uma iniciativa interessante e que pretende envolver o cidadão nessa tarefa primordial que é saber o que temos, para melhor o preservarmos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Selecção Musical

Já há algum tempo que não se ouvia música aqui no Registos. Aqui fica colmatada a falha: estão a ouvir Equinox, de John Coltrane. Enjoy!

sábado, 17 de janeiro de 2009

O homem que matou Sidónio Pais


Ou de como um grupo de anarquistas, a Comuna da Luz liderada por António Gonçalves Correia, instalados perto do Vale de Santiago, Odemira, influenciaram decisivamente a história de Portugal...
A história - muito bem contada - do homem que matou Sidónio Pais, José Júlio da Costa, prende-se inevitavelmente com o percurso da sua vida.
Republicano, pequeno proprietário e conhecido entre os seus por animar as festas e feiras da região - ora como guitarrista, ora como cavaleiro tauromáquico amador, José Júlio da Costa selará o seu destino ao oferecer-se como mediador entre as autoridades e a guerrilha popular que, naquele Outono de 1918, em plena Greve Geral, se aliou à Comuna da Luz - anarquistas, defensores do nudismo e vegetarianismo.
Entre os gritos de "abaixo aos malandros burgueses" ou de apoio "aos camaradas da Rússia" gerou-se em Odemira um combate desigual entre as autoridades e este pequeno grupo de revolucionários, para o qual José Júlio da Costa, tendo levado à sua palavra de honra aos revoltosos em como não lhes iria acontecer nada, em troca da deposição imediata das armas, contribuiu dcecisivamente.
Dizimados pelas forças policiais e enviadas para Angola, no que José Júlio da Costa considerará um plano traiçoieiro das forças policiais, deixaram, no mediador, uma revolta pela quebra da sua palavra, sem que disso tivesse culpa.
Daí até ao assassínio do Presidente da República, vai um passo. Leiam, vale a pena!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Barrigas

Já não sei onde li (Ka ou Blue?) que os gatos e cães respiram "pela barriga" e que nós temos essa faculdade até perto dos seis anos, capacidade essa que perdemos, por outra pior, claro.
Neste Inverno, que tem sido tão chuvoso e cheio de humidade, não poucas vezes me tenho lembrado deste facto, e de outro que me chateia mais: apesar de toda a fisioterapia que faço quando tenho crises, tenho sempre a noção que só respiro pela barriga quando lá estou... e se isso podia ajudar a minha asma, tão presente nesta estação do ano!!!
Enfim, volta meia volta, lá me lembro e respiro bem... mas há quem não precise de tomar consciência desse facto, como podem verificar por estas imagens da barriga da Mariazinha, encostada à do Jeremias.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Distâncias e proximidades


Registos de baptismo, processos de naturalização, denúncias ao Tribunal do Santo Ofício, privilégios concedidos a estrangeiros… o que pode um conjunto destes (e outros) documentos atestar?

O relacionamento entre os papéis, pessoas e os seus percursos permite o visionamento de uma exposição bastante interessante, patente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, intitulada Os Arquivos no Diálogo Intercultural.

A exposição está dividida em 5 secções:

1 – Entre um nome e uma nacionalidade
(documentos que dão acesso, registam e legitimam a identidade nacional e os direitos relativos à mesma)
2 – Espaços da Cidadania
(documentos referentes a alguns dos direitos humanos relativos aos domínios do casamento, educação, saúde, trabalho e voto)
3 – Os que chegam e os que partem
(documentos relativos à circulação de pessoas, suas motivações e percursos)
4 – Os que vêm para ficar
(documentos relativos ao processo de instalação definitiva em Portugal)
5 – Nós e os outros – diálogos
(documentos relativos a esforços de promoção e limitação do diálogo intercultural em diferentes momentos da História Portuguesa)

E abrange um conjunto de 113 documentos que vai desde 1452 (um treslado) a 2006.
Uma ideia verdadeiramente interessante e que nos permite o contacto com documentos tão díspares como o registo de baptismo da filha de uma escrava de Damião de Góis, O nosso primeiro livro de leitura do Departamento Social e Cultural do Comité Central do PAIGC, ou o registo de cadastro de Miloud Bem Ali e acompanhantes, acrobatas, naturais de Marrocos, efectuado pela Inspecção Geral dos Teatros.

Vale a pena a visita. Pena é que não exista um catálogo impresso, como esta exposição merecia.


domingo, 11 de janeiro de 2009

Domingo

Domingo, dia sagrado
A não sei que aspiração
De ter o corpo lavado
desta nossa condição...

Tudo a rezar pela alma
Que não tem nem pode ter...
Tudo a pedir uma calma
Que era um crime conhecer.

Parece a roda da lua
Com vontade de rodar
Na quimera de uma rua
Onde às vezes faz luar.

Miguel Torga

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Passear o Cão

Uma alma caridosa enviou-me este link para uma radio qualquer (obscura?) da Roménia (acho que o ro é Roménia), que disponibiliza on line uma série de discos desde os anos 50!!!

O resultado tem sido sessões de “ouvir o passado” e lembrar-me das muitas ocasiões onde ouvi alguns deles.

Uma das músicas ficou-me hoje no ouvido: Walking the dog, original de Rufus Thomas, de que eu só conhecia a versão dos Rolling Stones. Enfim, fazendo algumas buscas, aqui fica o original (1963), a versão dos Rolling Stones (1964) e uma outra dos Aerosmith, que também desconhecia e não faço ideia de que data é.
Rufus Thomas

Rolling Stones

Aerosmith

Faltava, claro está, ter um cão para passear, coisa que não tenho e, dificilmente me vejo a passear gatos...
Assim, "roubei" esta fotografia à Marta, e aqui fica o Clyde. Numa versão irrepetível, claro. Sim, quem é que consegue fotografar assim a língua do seu cão???


segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Leituras



Lendo hoje a revista Os Meus Livros, “encontrei” um projecto canadiano muito interessante, desenvolvido pela Fondation pour l’Alphabétisation. Trata-se de La Lecture en Cadeau, projecto já no seu décimo aniversário, que consiste na oferta de livros a crianças desfavorecidas, podendo participar qualquer pessoa que assim o deseje.

Para a edição deste ano, a publicidade não poderia ter resultado melhor: o que seriam dos nossos heróis ou lendas, e, mais importante, o que seria de nós se não os lêssemos?

Fazendo aparecer Cinderela e Peter Pan no hospital, podemos perceber que a falta de leitura traz uma imaginação reduzida, imaginação essa fundamental para o desenvolvimento de qualquer criança.

Aqui está uma ideia e projecto a seguir!

(Mas não o tendo cá em Portugal, podemos sempre oferecer livros às Bibliotecas Públicas. Não é, obviamente, a mesma coisa, mas permitimos que, quem a elas recorre, tenha mais possibilidade de escolha!)

Os trabalhos e os dias


Quem disse que era fácil voltar a trabalhar depois de 15 dias de férias???????

domingo, 4 de janeiro de 2009

Arqueologia da Bíblia




Nos intervalos da gripe, lá fui continuando a ler. Tendo o elefante Salomão/Solimão já chegado a Viena, parti para outras paragens, infelizmente menos pacíficas na actualidade.

Falo do livro As Batalhas da Bíblia, de Chaim Herzog e Mordechai Gichon, que faz o relato da história militar do povo israelita baseando-se nas descrições bíblicas. Trata-se de um relato não só apoiado nas descobertas arqueológicas, que permitem o desenvolvimento da Arqueologia da Bíblia, como também na história militar – o que não é de estranhar, já que os dois autores foram militares – analisando as batalhas do ponto de vista da arte da guerra e estabelecendo paralelismos com outras batalhas, tanto as passadas naquele território ao longo dos séculos, como noutras paragens.
De leitura fácil, peca apenas pela fraca qualidade dos mapas (não é que não tenhamos conhecimento de algumas localidades na actualidade, mas ao pormenor a que são dadas as notícias e com toponímia antiga nem sempre actualizada, às tantas sabemos apenas que estamos algures em Israel ou Palestina) e inexistência de glossário.
Para saber mais sobre arquelogia da Bíblia, vejam aqui e aqui.

Selecção Musical

E depois de uma semana em casa com gripe, a volta ao trabalho promete… Assim, e para desanuviar enquanto entramos no Novo Ano, aqui fica um registo de outros anos (os 40): Bing Crosby and the Andrew Sisters – Swinging on a Star!
Então tenham uma Boa Semana:)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Desejos

(Robert Edwin Peary at the North Pole, fot. desconhecido)

E, por milagres da técnica, começo o Ano com uma canção que gosto: What a Wonderful World

Enfim, se pudesse mudava algumas coisas mas, na impossibilidade prática, tento aproveitar o melhor possível, mudando (ou tentando) eu algumas ao meu redor.

Com 365 novos dias para explorar e, apesar de quaisquer adversidades que possam vir, espero que 2009 seja um Bom Ano para todos.

Bom Ano 2009!!!